TikTok e Coleta de dados

Se você acompanha as notícias ou leu nosso post mais recente sobre a plataforma, sabe que o TikTok pode não sobreviver a 2023 e que, mais uma vez, os dados se tornaram um ponto de discussão controverso na América. Então vamos falar de dados! Como você pode coletar isso?
Você deveria ter medo disso? Tudo isso e muito mais no post desta semana.

“Tenha medo de mim! Sou seus dados!”

Sim! O TikTok está coletando dados de seus usuários. Assim como Meta, YouTube, Twitter e quase tudo que existe na internet. O ponto de discórdia dentro do governo dos EUA e de outros países não é especificamente sobre a existência desses dados, mas sobre quem tem acesso a eles. Ao contrário do Meta, YouTube e Twitter, a ByteDance, empresa controladora do TikTok, é sediada na China. Para legisladores e reguladores, esse tipo de conexão com um rival geopolítico tem inspirado alguma preocupação real e até levou alguns estados a proibir o uso do aplicativo em dispositivos governamentais. Embora a empresa não tenha sido fundada especificamente pelo Partido Comunista Chinês ou em associação com ele, as organizações privadas não têm a mesma margem de manobra que têm nos Estados Unidos.

De acordo com a lei do país, o governo chinês pode forçar seus cidadãos e empresas a fornecer dados de inteligência quando solicitado, o que significa que os dados hospedados em solo chinês podem, teoricamente, ser acessados pelo Partido Comunista Chinês. Como tal, a preocupação subjacente é a segurança nacional, não a privacidade do usuário.

O governo dos EUA não está preocupado com a capacidade da China de acessar os milhares de vídeos de gatos que compõem seu feed, mas sim com a capacidade da China de potencialmente utilizar e abusar desse aplicativo como uma espécie de vigilância gigante ou ferramenta de lavagem cerebral.

O professor da UCLA, Scott Galloway, resumiu bem essa ideia em um artigo intitulado “TikTok: Trojan Stallion”, no qual ele descreve como o algoritmo de recomendação pode ser usado para criar mais divisões dentro do país. Ao empurrar o conteúdo dos usuários politicamente de esquerda mais para a esquerda e o conteúdo dos usuários de direita mais para a direita, o algoritmo poderia lentamente conduzir os usuários aos extremos de cada extremidade do espectro, criando um país dividido.

Embora conceitualmente muito assustador, essa afirmação não está longe do que as plataformas de mídia social foram projetadas para fazer. Twitter, Meta e afins vão fornecer mais conteúdo de que você gosta e menos conteúdo de que não gosta. De um modo geral, esse é um processo bem documentado que leva a um fenômeno conhecido como Bolha Digital, no qual você só ouve e vê opiniões que gostaria de ver. Embora isso leve a preconceitos e divisões, não é de forma alguma novo e de forma alguma o pior uso de seus dados.

Onde seus dados são realmente usados de forma abusiva?

Uma coisa a observar nesta conversa é que o uso abusivo de seus dados não ocorre apenas nas mãos de agentes do governo. Embora as violações de privacidade pelo governo federal documentadas por denunciantes como Edward Snowden nos Estados Unidos façam barulho, e a ideia de que a coleta de GPS e dados comportamentais do TikTok possa ser usada maliciosamente pelo governo em Pequim não está fora de possibilidade, há também outros fatores menos proeminentes, mas mais complicados de se enfrentar. 

Hacks recentes de contas de Twitter de celebridades proeminentes devem nos lembrar que existem muito mais fatores mal-intencionados por aí do que as burocracias pesadas das grandes potências. Esses hacks de celebridades ocorrem após vazamentos massivos de informações de identificação dos usuários na empresa, que já operava sob um decreto de consentimento com o governo dos EUA por falhas anteriores em proteger os dados do usuário.

Esse tipo de vazamento de identidade em larga escala pode fazer com que as informações comprometedoras dos usuários sejam vendidas para o maior lance, que pode ser governos e organizações interessadas em reprimir seus protestos ou ativismo, juntamente com criminosos interessados em lucrar com as informações. 

É por isso que, quando pensamos nas mudanças no ambiente regulatório, é bom ter em mente que nenhuma lei jamais regulará totalmente a internet. É importante nunca construir uma torre no céu cuja fundação esteja nas areias movediças. Sempre que possível, os artistas devem tomar medidas para criar redundâncias em sua base de fãs e criar um backup.

Coletando seus próprios dados

A menos que você tenha 0 pegada digital, seus dados estão em algum lugar. Mas se você é um artista, isso significa que os dados de seus fãs também estão por aí! E enquanto a internet é uma confusão de dados mal utilizados, um artista que coleta informações sobre seus seguidores está apenas ajudando os fãs a ouvir suas músicas favoritas.

Alguns dos dados mais poderosos que você pode coletar são os endereços de e-mail e números de telefone de seus fãs. Se você quiser ficar ainda mais sofisticado sobre isso, pode coletar seus endereços IP, seu GAID (um identificador do Google) ou seu IDFA (um da Apple) – mas para a maioria dos artistas, esse tipo de dado é um passo distante demais. No mundo da tecnologia de anúncios, portanto, para nossos propósitos, vamos nos concentrar em SMS e e-mail por enquanto. Isso permite que você alcance seus fãs diretamente, sem precisar depender do algoritmo (ou existência) de uma plataforma de mídia social. Você pode usar e-mails e números de telefone para criar públicos de publicidade personalizados, permitindo exibir anúncios no Instagram ou no YouTube apenas para pessoas que já são seus fãs. Você também pode usar esses públicos personalizados para criar públicos semelhantes, que identificam pessoas com interesses, dados demográficos e comportamentos semelhantes aos de seus fãs e, portanto, provavelmente também são fãs de sua música.

Então, como obter esses dados?

Se você é um artista da ONErpm, tem acesso a links inteligentes personalizáveis por meio do painel do artista. Através desses links, você pode coletar endereços de e-mail de usuários que realizam o pre-save de suas faixas e começar a entender sua base de fãs. Coletar dados de fãs é tão simples quanto usar esses links para incentivar seus seguidores no Instagram, Twitter, Facebook, VK, Telegram e TikTok para pré-salvar suas faixas!

Por fim, se você descobriu que é capaz de ir além, considere começar em uma plataforma de construção de comunidade mais prática, como o Discord. Embora usadas principalmente pela comunidade de jogos, as comunidades de música surgiram na plataforma por meio de servidores criados por artistas. Esses servidores oferecem ampla personalização e facilidade na criação de comunidades, com a capacidade de criar vários fóruns e canais para diferentes tópicos e até chats de voz, se você quiser falar diretamente com os fãs!

Vamos lá!

Os dados podem ser assustadores, mas, goste você ou não, fazem parte do nosso universo! Então prepare-se e comece a coletar seus próprios dados. Seus fãs ficarão mais perto de você!